quarta-feira, 25 de março de 2015

Camila Farias

Olá, meu nome é Camila Farias, tenho 25 anos, sou de São Paulo e fui diagnosticada com a Síndrome de Turner logo que nasci. Iniciei o acompanhamento no Hospital São Paulo quando tinha somente 15 dias de idade e meus pais ficaram bem confusos na época sobre o que era a Síndrome, quais seriam as minhas expectativas para o futuro. Os médicos mostravam pilhas de livros para eles, explicando todos os prognósticos possíveis (os problemas cardíacos, renais, os tratamentos hormonais, etc). As dúvidas e incertezas eram muitas, as consultas e exames eram bem frequentes, mas fui me desenvolvendo sem nenhuma intercorrência.
    Minha família se mudou para Fortaleza, no Ceará. Ao completar 4 anos de idade, eu tive a oportunidade de iniciar o tratamento com o GH, visto que já existia a indicação para isso. Foi até fácil obter o medicamento nessa cidade. No início, meus pais tentaram aplicar o as injeções em mim, mas ficavam com receio. Então, me levavam para farmacêuticos e enfermeiros que gentilmente ajudavam. 
    Sempre tive consciência do que era a ST e do porquê eu tinha que fazer o tratamento hormonal. Tudo sempre foi bem claro. Iniciei a vida escolar, era bem participativa e tinha o aprendizado normal (minha mãe diz que eu adorava ir à escola nessa fase). Voltamos para São Paulo, e com 7 anos de idade, foi retomado o acompanhamento no HSP. Continuei o tratamento com GH até os 10 anos de idade (eu já tinha 1,38 m e as expectativas era de que sem o tratamento hormonal eu pudesse atingir uma altura já considerada boa, para os parâmetros da ST).
    No início da adolescência e com o fim do tratamento com o GH, ganhei alguns quilos. Os médicos sempre me alertavam quanto a isso, e por minha própria força de vontade, dos 12 aos 15 anos, perdi 10 quilos, o que representou uma grande diferença pela minha estatura. Fui reeducando a alimentação e os meus hábitos. Nunca gostei de praticar esportes, porém, aos poucos, também fui superando tudo isso. 
     Iniciei o tratamento com os hormônios femininos, fazendo os exames de rotina e os acompanhamentos necessários. Tenho uma boa qualidade de vida, não gosto de ficar parada, sempre frequentando academia, ajudando em afazeres domésticos, dirigindo e saindo com a minha família e amigos. Conclui no final de 2014 a faculdade de Nutrição (sempre tive gosto pela área da saúde!). Hoje estou com 1,45 m e acredito que o Turner não tenha sido obstáculo para mim em nada. Me sinto totalmente realizada com tudo o que eu conquistei, e penso ainda em ter muito mais conquistas no futuro. 
    Com o apoio de várias amigas com Turner, sinto que podemos auxiliar a muitas pessoas sobre esclarecimentos e dar o apoio que for necessário as várias outras "Guerreiras" a terem uma qualidade de vida boa em todos os aspectos.


                                                                                                                        Autora:  Camila Farias

2 comentários:

  1. Oi, moro em fortaleza-cê
    Ha uma semana descobri que minha única filha de 2 anos e 9 messes é portadora da síndrome de turner não entendo muito ainda mais estou muito preocupada e gostaria muito de poder conversar com alguém que possua esta síndrome pois vc me mostrou tranquilidade .
    Lhe agradeço desde já

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