quinta-feira, 2 de abril de 2015

Rebeca Louise


   Olá! Meu nome é Rebeca Louise, tenho 27 anos, sou do Estado do Amazonas e também convivo com a Síndrome de Turner. Onde eu moro a questão do diagnóstico é muito complicada, ainda são raros os especialistas na área atualmente. Então, causa um choque, principalmente por ser algo no qual a única referência, a princípio, são os livros do Ensino Médio que mostram imagens impactantes, da época em que a grande maioria não tinha possibilidade de receber os tratamentos hormonais adequados durante a infância e  a adolescência, devido ao completo desconhecimento da medicina sobre esta síndrome.
   Das consequências que a S.T pode acarretar; e que tive de conviver, foram otites de repetição na infância, o não desenvolvimento na puberdade, baixa-estatura (1,38) e infertilidade. Fiz tratamento com hormônio do crescimento (GH) injetável durante 5 anos, Oxandrolona (anabolizante que induz a menstruação) e reposição hormonal de estrogênio e progesterona.
   Quando se é criança (na primeira infância), pelo menos pelo pouco contato que tenho com outras pessoas com a mesma condição, NA MAIORIA DAS VEZES, não se tem tanta dificuldade no convívio social, pois as diferenças não ficam tão evidenciadas, ou não se tem tanta noção das mesmas; entretanto, a partir da pré-adolescência alguns questionamentos vão sobressaindo, bem como fica mais visível algumas características, levando a um retraimento/isolamento e as diferenças vão sendo sentidas de forma mais marcante. Questões relacionadas à feminilidade vão surgindo, temos que transpor alguns padrões sobre o que é ser-mulher, o que é família, etc.
Contudo, apesar de algumas limitações existirem, podemos levar uma vida próspera e feliz, descobrindo que somos capazes de realizar muitas coisas (estudar, trabalhar, se relacionar) e de superar os obstáculos com os quais nos deparamos.


Autora: Rebeca Louise Freitas 

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